Versão original:
Let me not to the marriage of true minds
Admit impediments. Love is not love
Which alters when it alteration finds,
Or bends with the remover remove:
O, no! it is an ever-fixed mark,
That looks on tempests and is never shaken;
It is the star to every wandering bark,
Whose worth´s unknown, although his height be taken.
Love´s not Time´s fool, though rosy lips and cheeks
Within his bending sickle´s compass come:
Love alters not with his brief hours and weeks,
But bears it out even to the edge of doom.
If this be error, and upon me prov´d,
I never writ, nor no man ever lov´d.
Minha tradução:
Que eu não admita empecilhos na união sincera de duas mentes.
O amor não é amor quando se altera diante das alterações.
Ou curva-se ao remover o que deve ser removido:
Ó não! É uma marca eterna,
Que fixa-se diante das tempestades e nunca se abala;
É a estrela guia de todo barco perdido,
Que tem seu valor desconhecido, mas de grande consideração.
O amor não é brinquedinho do Tempo, que através dos lábios e bochechas rosas
Vem curvar-se diante das circunstâncias desagradáveis a vir;
O amor não se altera com o curto passar das horas e semanas,
Mas suporta tudo até o topo do destino.
Se isso estiver errado e me provem frente-a-frente,
Eu nunca escrevi, nem nenhum homem jamais amou.
Tradução de Ivo Barroso:
Que eu não veja empecilhos na sincera
União de duas almas. Não amor
É o que encontrando alterações se altera
Ou diminui se atinge o desamor.
Oh, não! amor é ponto assaz constante
Que ileso os bravos temporais defronta.
É a estrela guia do baixel errante,
De brilho certo, mas valor sem conta.
O amor não é jogral do Tempo, embora
Em seu declínio os lábios nos entorte.
O Amor não muda com o dia e a hora,
Mas persevera ao limiar da Morte.
E, se se prova que num erro estou,
Nunca fiz versos nem jamais se amou.
Opinião sobre a tradução matrona e sonolenta de Ivo Barroso:
Não sei se em nome de uma formatação a idéia, e mesmo o sentido das palavras devam ser alterados, as modificações são claras e um tanto quanto estranhas, não sei se posso me considerar um expert em Shakespeare, mas o suficiente pra saber que, se ele falasse português, não sacrificaria o conteúdo pela forma. No mais, prefiro palavras simples, nada de rebuscamento, ainda mais depois de ouvir que o vocabulário dos garotos de favela não passa de 20 palavras. Baixel errante… aonde esse cara pensa que vive???
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