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Eu conseguiria, tranquilamente, escrever um livro de poesias numa noite só. Mas, quem compraria? Teve uma vez, um rapaz, vendia livrinhos, bem pequeninos, nem eram livros vá, papeizinhos com poesias dele. Ele pedia R$ 1,00 pelo papel com as poesias, pra ajudar na publicação do livro de verdade. Como eu estava pra pegar o ônibus paguei pelo papel e li durante a viagem. Li durante a viagem, besteira, li durante o ínicio da viagem, 10 minutos, não era bom, mas também não era ruim. Não era bom porque não lembro de nada, não era ruim porque li inteiro. Dei pra minha namorada, na época, faz tempo, é claro. Sim, eu sei que existem faculdades de letras, mas eles fazem traduções… Duvido que alguém goste de viver traduzindo textos alheio, apesar de ser uma puta duma experiência! Ademais, poetas não tem vez num mundo de indiferença e sarcasmo, porque é bonito humilhar, é bonito (elegante) deixar a pessoa que gosta de você esperando por um pouco de atenção. A poesia morreu, sim morreu já algum tempo, o romance morre aos poucos, as novelas insurgem como baratas. Tudo nesse planeta é rápido, não existe mais Instituto Médico Legal, é IML, tudo deve e tem que ser o mais breve possível, guerras (não que sejam boas), esportes, filmes, relacionamentos (sim, fodeu tá fodido, tchau, boa viagem, obrigado, a gente se vê), e outras coisas mais… Eu amo e sou tímido, sim, porque não tenho medo que demore um ano ou dois para que as coisas aconteçam e foda-se o Sr. Geraldo Vandré e seu “quem sabe faz a hora não espera acontecer”…